quinta-feira, 13 de novembro de 2014

V E R I F I C A Ç Ã O D A A P R E N D I Z A G E M



Podemos dizer que verificação da aprendizagem é um processo sistemático e contínuo, destinado a constatar até que ponto os objetivos institucionais foram alcançados, ou seja, como está o rendimento dos alunos no assunto que está sendo ministrado.
Alguns cuidados precisam ser tomados para que o professor não cometa erros. Entre eles podemos destacar os seguintes:
Severidade - o professor avalia de maneira muito severa. Às vezes, procede assim para não ser considerado muito benevolente.
Benevolência - o professor é ameno na sua avaliação.
Moderação - o professor, por não conhecer bem o seu aluno e para não cometer erro, avalia-o pela média dos outros alunos.
Efeito de Halo - o professor avalia o seu aluno impressionado pelas suas características gerais. Se a impressão for boa, avalia positivamente, se a impressão for negativa, ocorre o contrário.



Medir e avaliar

Segundo o psicólogo norte-americano J. P. Guilford, “medir” significa atribuir um número a um acontecimento ou a um objeto, de acordo com uma regra logicamente aceitável. Isso implica que o objeto ou o acontecimento possa ser apreendido sob uma única dimensão, isolável, capaz de receber uma escala numérica. A medida é uma operação de descrição quantitativa da realidade. Assim, medir significa comparar o atributo com uma grandeza escolhida como unidade padrão.
O termo “avaliar” tem sua origem no latim, provindo da composição a + valere que quer dizer “dar valor a”. Porém, o conceito avaliação é formulado a partir das determinações de conduta de “atribuir um valor ou qualidade a alguma coisa, ato ou curso de ação...” que, por si, implica um posicionamento, positivo ou negativo, em relação ao objeto, ato ou curso de ação avaliado.Esta, com certeza, é uma visão positivista e conservadora de avaliar.
O ato de avaliar, segundo a mestre em Educação Maria Celina Melchior, deve ser um processo holístico, não fragmentado, contextualizado no processo de ensino e de aprendizagem de forma democrática, no qual todos os elementos envolvidos avaliam e são avaliados conforme os valores e os pressupostos do projeto pedagógico.  Nesse sentido, a medida indica quantidade e a avaliação indica qualidade.
Todo e qualquer instrumento de verificação da aprendizagem é importante porque pode ser um fator de motivação para o aluno, mostrando os resultados dos seus esforços ou das suas deficiências por meio de uma medida justa;  e dar ao professor uma medida da eficiência de suas aulas e das técnicas empregadas visualizando do progresso dos alunos.
Os instrumentos mais empregados de medida da aprendizagem são as provas ou testes e os trabalhos.
Um instrumento de medida bem elaborado deve possuir as seguintes qualidades:
Objetividade – as proposições devem ser claras e precisas evitando-se ambigüidade na interpretação e correção.
Abrangência – deve conter todos os assuntos previstos.
Validade – deve medir o que foi e como foi ensinado conforme os objetivos.
Discriminação – deve variar as dificuldades das questões: 20% fáceis, 60% médias e 20% difíceis.


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A Avaliação tem que ser considerada como um instrumento para a construção da cidadania. Por outro lado, a avaliação tem que ter uma visão diagnóstica para fornecer ao processo pedagógico informações que permitam aos agentes escolares decidir sobre intervenções e mudanças de direções que se fizerem necessárias, em face do projeto educativo definido coletivamente e comprometido com a garantia de aprendizagem do aluno.
A avaliação é muito importante porque, além de verificar os conhecimentos, dá ênfase também às dimensões sociais e políticas do processo ensino-aprendizagem.
Uma avaliação bem feita permite melhorar o processo e o resultado; auxilia o aluno a motivar-se para novas aprendizagens; auxilia o professor na sua auto-avaliação. Enfim, a avaliação tem a função de possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos.
O professor deve acompanhar os seus alunos durante toda ação pedagógica, mas a avaliação é feita a partir da coleta de informações sobre o desempenho, competências e habilidades, tentativas de acertos dos alunos, etc.
Não se avalia aplicando-se uma simples prova.
Os estudos sobre avaliação escolar nunca se esgotam, mas percebe-se a necessidade de que, antes de qualquer mudança no processo avaliativo, haja uma mudança de postura de todos os envolvidos com a educação do aluno.
A avaliação, por não ser objetiva, pode ser considerada um ato que se inscreve em um processo geral de comunicação/negociação.
O avaliador não é um instrumento de medida, mas um ator em processo de comunicação social. Certamente, ele precisa dizer, apesar de tudo, o valor de um produto. Mas o próprio uso do termo valor adverte que não se está propriamente falando do domínio da medida. A exatidão da especialização professoral não passa de uma crença, desmentida pelos fatos.
Isso nos leva a compreender que a avaliação, mesmo em sua forma mais rigorosa, aparentemente de notação, diz menos sobre o “verdadeiro valor” de um objeto do que expressa outra coisa. Mas o quê?

A avaliação é um ato de confronto entre uma situação real e expectativas referentes a essa situação.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), aprovada em 1996, determina que a avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos.
Dessa forma, os resultados obtidos pelos estudantes ao longo do ano escolar devem ser mais valorizados que a nota da prova final.
A avaliação formativa serve a um projeto de sociedade, pautado pela cooperação e pela inclusão, em lugar da competição e da exclusão.

Uma sociedade em que todos tenham o direito de aprender.

Para que a avaliação sirva à aprendizagem, é essencial o professor conhecer cada aluno e suas necessidades. Assim ele poderá pensar em caminhos para que todos alcancem os objetivos.
Se seu objetivo é fazer com que todos aprendam, uma das primeiras providências é sempre informar o que vai ser visto na aula e o porquê de se estudar aquilo.
Na avaliação formativa, nenhum instrumento pode ser descrito como prioritário ou adotado como modelo. A diversidade é que vai possibilitar ao professor obter mais e melhores informações sobre os trabalhos dos alunos.

Cada um aprende do seu jeito.

Saiba respeitar o ritmo de cada aluno e preparar estratégia de ensino que privilegiem as atividades diferenciadas.
A escola é o lugar em que todos os alunos devem ter as mesmas oportunidades, mas com estratégias de aprendizagem diferentes.
Os alunos são o resultado das suas experiências vividas. Para compreender o seu desenvolvimento, é preciso considerar o espaço em que eles vivem, a maneira como constroem significados e as práticas culturais.
Pense quantos tipos ou estilos de aprendizagem há em sua sala de aula.
Alguns alunos são mais introvertidos e se dão bem realizando trabalhos manuais. Outros são mais elétricos e precisam de agitação. Não há certo ou errado, melhor ou pior. É tudo uma questão de respeito às diferenças no momento da avaliação.

 Assim, podemos dizer que medir e avaliar são dois processos diferentes.

trecho do meu livro:  A ARTE DE ENSINAR E APRENDER



EDUCAÇÃO... UMA NOVA VISÃO




Darbí José Alexandre

Quando no fim do ano percebi a tristeza de um pai pela reprovação de seu filho na escola, senti a necessidade de escrever sobre a minha experiência, como educador, por mais de trinta anos. Quando o pai recebeu a notícia da reprovação de seu filho, tive a impressão que o seu mundo ia desabar.
     Para quantos pais o "mundo desabou" no final do ano? Quantas crianças e quantos jovens sentiram o chão "desaparecendo" de seus pés quando perceberam, finalmente, que estavam reprovados. De quem é a responsabilidade por esse acontecimento? Dos pais?... Delas mesmas?... Da escola?... Dos professores?... Da sociedade?... Do governo?...
     Não importa saber de quem é a culpa. O que vale, neste momento, é encontrar a solução para o problema. Muitas sabem e todos dizem que, para um país ser desenvolvido é necessário investir na educação. Concordamos com essa afirmação e acrescentamos que esse investimento não é apenas em dinheiro, mas também em postura profissional.
     As escolas são mal aparelhadas... Os professores mal remunerados... O nosso país está pobre... As nossas crianças estão mal nutridas... Ouvimos constantemente estas afirmações. Verdadeiras ou não, elas não podem interferir na formação das nossas crianças e no aperfeiçoamento dos nossos jovens.
     As nossas escolas não podem ser consideradas indústrias e nossos docentes e responsáveis pela educação, operários. Nossas crianças e nossos jovens não são produtos que devam caminhar na linha de produção e sair acabados enquanto aquele que possua algum defeito deva ser, simplesmente, retirado para não comprometer a qualidade dos outros.
     Somos seres humanos feitos à imagem e semelhança de Deus, parecidos uns com os outros, mas  com certeza, nunca iguais. Temos que ser tratados de forma diferenciada e aqueles que têm mais dificuldades devem receber mais atenção por parte de todos: pais, professores, colegas, amigos... Da sociedade enfim.
     Certa vez presenciei o trabalho incansável de uma colega professora especializada em deficientes mentais. Por mais de duas semanas ela dedicou todo o seu tempo profissional para ensinar uma daquelas crianças a vestir o seu calção. Ninguém pode imaginar a sua satisfação quando demonstrou que sabia fazê-lo sozinha, que havia aprendido.
    A dedicação, o amor, o respeito pelo trabalho que realizava trazia sempre, àquela mestra, uma realização pessoal que não pode ser comprada por nenhum dinheiro do mundo.
     Para melhorar a educação no nosso país, por onde devemos começar?
     Para ninguém se sentir melindrado, deveríamos começar todos juntos: governo, sociedade, escola, família e os próprios alunos. Não erradicamos a poliomielite? Porque não podemos erradicar o analfabetismo e implantar uma nova mentalidade educacional?
    Perguntando aos nossos jovens qual o melhor tempo do ano, com certeza nos responderiam que é o tempo de férias. O tempo de aulas, para eles é muito difícil. Com escolas mais atrativas, professores mais amigos, administradores mais responsáveis, nossos alunos sentir-se-iam mais felizes em frequentar nossas escolas. Assim o resultado seria muito melhor.
     Um pedreiro, quando está construindo um muro e coloca um tijolo que não fica bem, ele o retira, desfaz-se dele e, imediatamente, coloca outro no lugar. Um educador quando encontra um aluno com dificuldades, não pode simplesmente retirá-lo como o pedreiro faz com o tijolo e procurar outro para colocar no seu lugar.
     É um ser humano e como tal merece ser respeitado.

                                    ( do meu livro: EDUCAR... UM ATO DE AMOR )

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ORGANIZAÇÃO DE UMA HORTA NA ESCOLA...





Como venho sempre dizendo, a escola deve preparar um ambiente saudável para que os alunos possam sentir-se bem e, por conseguinte, alcançar bons resultados no seu aprendizado para a vida. A organização de uma horta na escola é uma atividade que permite a interação do aluno com a natureza. Por meio dela, o aluno poderá aprender ações de proteção ao planeta, e o professor poderá desenvolver programas educativos visando, por exemplo, a mudança de hábitos alimentares.
Alguns itens que devem ser observados antes do início da atividade:
A escolha do local - o terreno não precisa ser grande, mas deve receber bastante sol. Deve, por isso, ser afastado de árvores frondosas, pois a sombra é prejudicial.
A irrigação é indispensável e deve ser feita com água saudável uma vez que, na maioria das vezes, as verduras são consumidas cruas.
Ferramentas básicas necessárias - enxada, enxadão, pá de corte (para cavar), ancinho, colher de transplante, regador e pulverizador.
Preparo do terreno - escolhido o local para a implantação da horta, o primeiro trabalho a ser realizado é o da limpeza do terreno, capinando-se as ervas que vegetam sobre a sua superfície e amontoando-as num único ponto para que se transformem em esterco. Faz-se o revolvimento da terra, podendo-se aproveitar a oportunidade para enterrar o esterco produzido.
Atenção: se o terreno estiver encharcado deve-se, antes de revolver a terra, fazer a drenagem, pois terra encharcada pode ocasionar o apodrecimento das raízes.
De um modo geral, o revolvimento da terra é feito com o enxadão. Após o revolvimento, a operação seguinte é a construção de sementeiras e canteiros.
Sementeira - é o local especialmente preparado para lançar as sementes das espécies de hortaliças que necessitam de transplante. Sendo as sementes de hortaliças, de uma maneira geral, muito pequenas necessitam de boas condições para germinar. Essas sementeiras devem ser bem preparadas com revolvimento, destorroadas, adubadas com esterco bem curtido e com nivelamento da superfície.
Atenção: ela não deve ser muito grande e sua preparação deve ser com uma mistura de terra e esterco bem curtido numa proporção de um por um.
Escolha das espécies - deve-se cultivar as verduras mais apreciadas e mais ambientadas com o clima da região. Não se deve plantar uma espécie só, mas, por outro lado, uma grande variedade não é recomendável.
Há possibilidade de se ter hortaliças durante o ano todo. Basta, para isso, escolher as espécies e variedades próprias para cada época. Algumas hortaliças como a alface e o tomate podem ser cultivadas em qualquer época do ano.
Sementes e mudas - da boa qualidade das sementes depende a obtenção de boas mudas e boas plantas. Em geral as sementes das hortaliças perdem rapidamente o poder germinativo e é por isso que sementes compradas em bazares ou locais semelhantes não progridem. Elas devem ser compradas sempre em casa especializadas e idôneas.
Para examinar se as sementes têm poder germinativo, deve-se fazer o teste de germinação da seguinte maneira: em um prato, colocar papel toalha ou algodão e molhar. Em seguida, colocar dez sementes, deixando tudo em um local bem iluminado. O papel toalha ou o algodão deve ser conservado sempre úmido. Em quatro ou cinco dias, dependendo da espécie da semente, haverá germinação. E, fazendo a contagem das sementes germinadas, determina-se a porcentagem. Para que as sementes sejam consideradas boas devem apresentar de 70 a 80% de germinação.
Adubos e adubação - adubar é incorporar ao solo fertilizantes, tanto orgânicos como minerais, para compensar sua deficiência nos diversos elementos nutritivos necessários para o desenvolvimento das plantas. Contudo, para adubar bem, é necessário conhecer a composição do solo e as exigências de cada espécie. O volume de produção dependerá, entre outras condições, da qualidade e quantidade de nutrientes disponíveis às plantas. Para mais informações sobre este item, é conveniente consultar alguma publicação especializada, algum agrônomo ou horticultor experiente.
Atenção: este poderá ser um trabalho que pode ser desenvolvido pela equipe de alunos.
Semeadura - a distribuição das sementes deverá ser uniforme e em sulcos distanciados, mais ou menos, dez centímetros um do outro e em uma profundidade de uma vez e meia a espessura da semente. Em seguida, faz-se a cobertura com capins secos para que as irrigações não enterrem demais as sementes. Quando as sementes começarem a germinar, retira-se a cobertura de uma só vez. As regas devem ser feitas diariamente a fim de conservar a umidade do solo.
Transplante - consiste na passagem de mudas das sementeiras para o local definitivo. Essa operação deve ser feita quando as mudas já estiverem com um certo grau de desenvolvimento para que  a pega seja boa e não seja retardado o seu crescimento. Em geral, o transplante é feito quando as mudas estão com cinco ou seis folhas definitivas, isto é, com mais ou menos dez centímetros de altura. A transplantação feita em dias chuvosos, nublados, ou então nas horas mais frescas do dia apresentam melhores resultados.
Atenção: bastante irrigação na sementeira facilita o transplante das mudas. Caso se verifique a insolação intensa após o transplante, faz-se o sombreamento parcial, e as mudas devem ser retiradas, paulatinamente, à medida que forem pegando.
No transplante, as mudas devem ser enterradas até a profundidade em que se encontravam na sementeira.
Informações úteis - para que as plantas encontrem melhores condições para o seu desenvolvimento e produção, devem ser utilizadas as seguintes práticas culturais:
Irrigação - não deve ser feita nas horas quentes do dia.
Capina - deve ser feita para evitar a concorrência de ervas daninhas em luz, água, e adubo, à planta cultivada.
Estaqueamento - deve ser feito em algumas hortaliças que necessitam de suportes para evitar o seu crescimento em contato com o solo.
Desbrota - consiste na eliminação dos brotos que saem nas axilas das folhas de algumas espécies.
Adubação de cobertura - deve ser distribuída a quantidade indicada do adubo sobre o canteiro antes da irrigação.
Como se pode verificar pelo exposto, não é tão complicado organizar uma horta escolar. Um ponto fundamental nesse sentido é o suporte dos recursos humanos. Entretanto, os principais agentes dessa atividade devem ser os próprios alunos.

( trecho do meu livro: A ARTE DE ENSINAR E APRENDER )