Podemos
dizer que verificação da aprendizagem
é um processo sistemático e contínuo, destinado a constatar até que ponto os
objetivos institucionais foram alcançados, ou seja, como está o rendimento dos
alunos no assunto que está sendo ministrado.
Alguns
cuidados precisam ser tomados para que o professor não cometa erros. Entre eles
podemos destacar os seguintes:
Severidade
- o professor avalia
de maneira muito severa. Às vezes, procede assim para não ser considerado muito
benevolente.
Benevolência
- o professor é ameno
na sua avaliação.
Moderação
- o professor, por
não conhecer bem o seu aluno e para não cometer erro, avalia-o pela média dos
outros alunos.
Efeito
de Halo - o professor
avalia o seu aluno impressionado pelas suas características gerais. Se a
impressão for boa, avalia positivamente, se a impressão for negativa, ocorre o
contrário.
Medir e avaliar
Segundo
o psicólogo norte-americano J. P. Guilford, “medir” significa atribuir um número a um acontecimento ou a um
objeto, de acordo com uma regra logicamente aceitável. Isso implica que o
objeto ou o acontecimento possa ser apreendido sob uma única dimensão,
isolável, capaz de receber uma escala numérica. A medida é uma operação de
descrição quantitativa da realidade. Assim, medir significa comparar o atributo
com uma grandeza escolhida como unidade padrão.
O
termo “avaliar” tem sua origem
no latim, provindo da composição a + valere que quer dizer “dar valor
a”. Porém, o conceito avaliação é formulado a partir das determinações de
conduta de “atribuir um valor ou qualidade a alguma coisa, ato ou curso de
ação...” que, por si, implica um posicionamento, positivo ou negativo, em
relação ao objeto, ato ou curso de ação avaliado.Esta, com certeza, é uma visão
positivista e conservadora de avaliar.
O
ato de avaliar, segundo a mestre em Educação Maria Celina Melchior, deve ser um
processo holístico, não fragmentado, contextualizado no processo de ensino e de
aprendizagem de forma democrática, no qual todos os elementos envolvidos
avaliam e são avaliados conforme os valores e os pressupostos do projeto
pedagógico. Nesse sentido, a medida indica
quantidade e a avaliação indica
qualidade.
Todo
e qualquer instrumento de verificação da aprendizagem é importante porque pode
ser um fator de motivação para o aluno, mostrando os resultados dos seus
esforços ou das suas deficiências por meio de uma medida justa; e dar ao professor uma medida da eficiência
de suas aulas e das técnicas empregadas visualizando do progresso dos alunos.
Os
instrumentos mais empregados de medida da aprendizagem são as provas ou testes
e os trabalhos.
Um
instrumento de medida bem elaborado deve possuir as seguintes qualidades:
Objetividade – as proposições devem ser claras e
precisas evitando-se ambigüidade na interpretação e correção.
Abrangência – deve conter todos os assuntos
previstos.
Validade – deve medir o que foi e como foi
ensinado conforme os objetivos.
Discriminação – deve variar as dificuldades das
questões: 20% fáceis, 60% médias e 20% difíceis.
............
A Avaliação tem que ser considerada como um
instrumento para a construção da cidadania. Por outro lado, a avaliação tem que
ter uma visão diagnóstica para fornecer ao processo pedagógico informações que
permitam aos agentes escolares decidir sobre intervenções e mudanças de
direções que se fizerem necessárias, em face do projeto educativo definido
coletivamente e comprometido com a garantia de aprendizagem do aluno.
A
avaliação é muito importante porque, além de verificar os conhecimentos, dá
ênfase também às dimensões sociais e políticas do processo ensino-aprendizagem.
Uma
avaliação bem feita permite melhorar o processo e o resultado; auxilia o aluno
a motivar-se para novas aprendizagens; auxilia o professor na sua
auto-avaliação. Enfim, a avaliação tem a função de possibilitar uma tomada de
decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos.
O
professor deve acompanhar os seus alunos durante toda ação pedagógica, mas a
avaliação é feita a partir da coleta de informações sobre o desempenho,
competências e habilidades, tentativas de acertos dos alunos, etc.
Não se avalia aplicando-se uma simples prova.
Os
estudos sobre avaliação escolar nunca se esgotam, mas percebe-se a necessidade
de que, antes de qualquer mudança no processo avaliativo, haja uma mudança de
postura de todos os envolvidos com a educação do aluno.
A
avaliação, por não ser objetiva, pode ser considerada um ato que se inscreve em
um processo geral de comunicação/negociação.
O
avaliador não é um instrumento de medida, mas um ator em processo de
comunicação social. Certamente, ele precisa dizer, apesar de tudo, o valor de
um produto. Mas o próprio uso do termo valor adverte que não se está
propriamente falando do domínio da medida. A exatidão da especialização
professoral não passa de uma crença, desmentida pelos fatos.
Isso
nos leva a compreender que a avaliação, mesmo em sua forma mais rigorosa,
aparentemente de notação, diz menos sobre o “verdadeiro valor” de um objeto do
que expressa outra coisa. Mas o quê?
A avaliação é um ato de
confronto entre uma situação real e expectativas referentes a essa situação.
A
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), aprovada em 1996,
determina que a avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos
qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos.
Dessa
forma, os resultados obtidos pelos estudantes ao longo do ano escolar devem ser
mais valorizados que a nota da prova final.
A
avaliação formativa serve a um projeto de sociedade, pautado pela cooperação e
pela inclusão, em lugar da competição e da exclusão.
Uma sociedade em que
todos tenham o direito de aprender.
Para
que a avaliação sirva à aprendizagem, é essencial o professor conhecer cada
aluno e suas necessidades. Assim ele poderá pensar em caminhos para que todos
alcancem os objetivos.
Se
seu objetivo é fazer com que todos aprendam, uma das primeiras providências é
sempre informar o que vai ser visto na aula e o porquê de se estudar aquilo.
Na
avaliação formativa, nenhum instrumento pode ser descrito como prioritário ou
adotado como modelo. A diversidade é que vai possibilitar ao professor obter
mais e melhores informações sobre os trabalhos dos alunos.
Cada um aprende do seu
jeito.
Saiba
respeitar o ritmo de cada aluno e preparar estratégia de ensino que privilegiem
as atividades diferenciadas.
A
escola é o lugar em que todos os alunos devem ter as mesmas oportunidades, mas
com estratégias de aprendizagem diferentes.
Os
alunos são o resultado das suas experiências vividas. Para compreender o seu
desenvolvimento, é preciso considerar o espaço em que eles vivem, a maneira
como constroem significados e as práticas culturais.
Pense
quantos tipos ou estilos de aprendizagem há em sua sala de aula.
Alguns
alunos são mais introvertidos e se dão bem realizando trabalhos manuais. Outros
são mais elétricos e precisam de agitação. Não há certo ou errado, melhor ou
pior. É tudo uma questão de respeito às diferenças no momento da avaliação.
Assim,
podemos dizer que medir e avaliar são dois processos diferentes.
trecho do meu livro: A ARTE DE ENSINAR E APRENDER
trecho do meu livro: A ARTE DE ENSINAR E APRENDER